Quem sou eu

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"Eu sou a que no mundo anda perdida/ Eu sou a que na vida não tem norte/ Sou a irmã do Sonho, e desta sorte/ Sou a crucificada… a dolorida…/ Sombra de névoa tênue e esvaecida/ E que o destino, amargo, triste e forte/ Impele brutalmente para a morte!/ Alma de luto sempre incompreendida!/ Sou aquela que passa e ninguém vê…/ Sou a que chamam triste sem o ser…/ Sou a que chora sem saber porquê…/ Sou talvez a visão que Alguém sonhou/ Alguém que veio ao mundo pra me ver/ E que nunca na vida me encontrou!" Florbela Espanca - Livro de Mágoas

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Recorte de Uma Vida...
“Em tudo quanto olhei fiquei em parte.
Com tudo quanto vi, se passa, passo,
Nem distingue a memória
Do que vi do que fui.”

Ricardo Reis, in “Odes”
Heterônimo de Fernando Pessoa

Nada mais gratificante do que ter um lugar para chamar de seu, um lugar que tenha a sua cara, que caiba em seus olhos, um lugar pra chamar de “minha Terra”. Passei toda minha meninice nesse meu lugarejo, sem reserva para ser Feliz, sem relógio, Livre. Longe, longe de tudo que afaste a tranquilidade, da injustiça da cidade grande, da falta de coração e compreensão, construindo com sonhos os dias vindouros da vida simples e aconchegante. Por tudo, tamanha foi a dor quando o momento de partir chegou, sem aviso prévio, sem pedir licença, tirando a tranquilidade, me fez sentir a dor do abandono, da solidão, e o MEDO, medo de ser devorada pelo grande mundo novo. Preto e branco, sem vida, sem ânimo.
E foi partindo que aprendi a ficar, pois, em tudo, tudo quanto olhei fiquei em parte, em tudo que vive, fiquei, fui...
Fiquei nos olhos dos que me viram, no coração dos que me amaram – amam – fiquei nas flores que olhei nos momentos que vivi nas pessoas que conheci. Fiquei na saudade do entardecer do meu mundo, da minha terra. Da labuta da Vida no campo, dos sonhos de criança, maltratados pelo Sol escaldante do Verão. Fiquei no canto do passarinho, nas flores campestres, na gargalhada das crianças, no cheiro do café quente descendo pelo bule reluzente.
E Fui... fui com os que foram – mas que queriam ficar – e não mais voltarão, fui com a noite escura e estrelada do meu sertão, com a Lua cheia – pendurada no meu céu – fui com as andorinhas no meu verão. E vou, hoje, em cada lágrima que brota do meu coração na calada da noite – nesse meu mundo breu - com saudade da vida lá do meu mundinho, onde escondido entre as serras - solitário e sem solidão - conheci e amei aqueles que me acompanham nessa caminhada, lindas almas que juntas formam uma família – minha “Amada Família”.
E fui como o Rio que Flui por dentre os pastos verdejantes...


Nesse meu mundo outro, em tudo quanto vejo, volto, e sinto a intensidade dos momentos vividos, nas minhas tardes, manhas e manhãs frias de julho...

Neuma Queiroz...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dias Frios...

Nos dias Frios e de Solidão

vejo a Dor

penetrar em meus poros

vej'o mundo

cAiR sObRe MiM

vejo a vida

[minha Vida].............

que murcha com as flores

vejo tudo... TUDO!

E Só, só não vejo Você

Que por vezes [?vai se saber]

não queiras me ver...

e deixas assim

minha vida seguir
...pErDiDa..............

na dor do Universo

em minha Dor de Existir

Mas Existir sem você

é como morrer sem Viver...

Neuma Queiroz