Quem sou eu

Minha foto
"Eu sou a que no mundo anda perdida/ Eu sou a que na vida não tem norte/ Sou a irmã do Sonho, e desta sorte/ Sou a crucificada… a dolorida…/ Sombra de névoa tênue e esvaecida/ E que o destino, amargo, triste e forte/ Impele brutalmente para a morte!/ Alma de luto sempre incompreendida!/ Sou aquela que passa e ninguém vê…/ Sou a que chamam triste sem o ser…/ Sou a que chora sem saber porquê…/ Sou talvez a visão que Alguém sonhou/ Alguém que veio ao mundo pra me ver/ E que nunca na vida me encontrou!" Florbela Espanca - Livro de Mágoas

Seguidores

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Imagem da Internet
percebas, por um instante, que o que há em mim é nada mais que uma aflição descompassada,
é um desnivelamento velando e compilando sensações,
são as sagaz e verticais nuances intempestivas,
que nos acometem a essa indelével perplexidade:

que suga a capacidade de sentir.

Neuma Queiroz

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nostalgia

Imagem da Internet
A nostalgia em mim se faz faca.

É nostálgico tudo que, ao menos cá dentro, me tirou do chão.
E então diz sem pretensão, que aquele foi o vento guardado na dose certa pra te fazer sentir outono em pleno verão, que te toma por pétala e te faz passarinho!

Uma janela fechada, uma fachada florida, céu azul ou acinzentado, ou até sombra de nuvem, tudo é desculpa pra uma poesia banal, dita assim, em forma de silêncio.

Calado és ainda mais intenso, és como o sopro de vento que embala a cortina, perspicaz.

ReVeste meus medos, desnuda-os de mim que me traem e me assustam.

E me faz a bailarina da caixinha de música, me traz uma concha do mar, uma flor de jasmim, dança comigo na chuva, estende no ar pipas coloridas, dedilha uma música pra lua e pra mim...

Por favor, é meu único pedido!!!
Neuma Queiroz

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Bastar é o Bastante?

Imagem da Internet
Basta isso, para que tudo mude!
e o que basta pra mudar ou o que muda pra bastar?

não muda nem o mundo do criado-mudo,
o escudo é o seu Tudo!
e abrasa no peito o desejo de sujeito.

Vagabundo, e o tudo se não aviva, vira moribundo!
e o criado porque que é Mudo?

Basta isso, para que tudo mude!
e o que basta pra mudar ou o que muda pra bastar?

Querer é relativamente um problema seu!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

leviana..mente!

Imagem da Internet
(hai)Cai do chão pro mundo,
mude de figura,
(des)configure a queda,
volite leviana..mente!

Neuma Queiroz

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hai-cai

Imagem da Internet
Os sentimento são os móveis da casa,
a tristeza: quadro da entrada,
a alegria: janela fechada.

Neuma Queiroz

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quadro inacabado

Imagem da Internet
meu corpo,
baldio cisco ao vento.
cárcere,
vagão de trem na estação.
descalço de sentimento,

quadro inacabado.

Neuma Queiroz

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mais um Haicai

Imagem da Internet
triste outono
declínio e reparo
repouso fugaz
Neuma Queiroz

Um Haicai

Imagem da Internet
Moça insana,
no claro veste flor, no
breu petulância.

Neuma Queiroz

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Abstração

Imagem da Internet
Simultaneamente
a vida passa com o ponteiro do relógio
com o afago do vento no nada
mistura-se a permuta de sofrimentos
no tráfego denso e tenso
à miudeza de cada canção
Simultaneamente
Nada será igual
nunca nada será permanente
nem as loucuras
tampouco a sanidade caótica
A B S T R A Ç Ã O
Pela certeza de que o incerto
É que será sensato!

Neuma Queiroz

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eloquência

Imagem da Internet
Foras a mais pura eloquência.
Pararam-se todos os movimentos, não se entendem como conjunto, se massacram, se golpeiam...
O mais estupendo dos imprescindíveis, foras sim, avassalador!
calamidade sedentária,
visgo efêmero da realidade,
meticulosidades adjacentes,
Foras rançosamente o mais estupendo!
Digno de um estrondoso estopim em meio ao deserto, alvoroçando os ralos pássaros camuflados na paisagem seca e trêmula:
voo e canto ecoando no nada!

Neuma Queiroz

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sonho, coisa de menina


Imagem da Internet

...é coisa de sonho mesmo, mera ilusão, sim! ou enganara-se por gosto mesmo, é bem capaz... do jeito que andava, com a cabeça no mundo da lua, sonhando com o impossível, achando ela que ainda se podia sonhar...
Sofrera!!! mas sabia que isso iria acontecer... não podia ser de outra forma, tava tudo muito claro, mas não... achou mesmo que o universo iria "conspirar" a seu favor... só podia mesmo ser uma meninota, pra ainda, a essa altura, sim.. a essa altura da madrugada!! no silêncio do mundo, melindrosa, ouvindo a chuva que mansa lá fora caia, só pra lavar a noite, confabulava com seus botões um momento estratégico, pra abrir a porta, e longe de todos os olhos, ir ser feliz na chuva!

N.Q.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

À margem

Imagem da Internet
Marginalizado pelo pensamento unilateral
viciado no incomum, pelo outro ignorado
à margem do centro eufórico e primordial
observador de contextos
num dia construção
no mesmo demolição
Resoluto,
à margem até de mim.

N.Q.

sábado, 9 de abril de 2011

Sem Título


Imagem da Internet
Ainda não morri. Não! ainda que minha face pálida, gélida, demonstre alta ausência de Vida, ainda assim, pulsa algo dentro de mim, imperceptível. E você! Não questione minha solidão, meu vazio, minha evasão, muito menos tente entender!
Não! não conseguiria... E mesmo assim eu morreria... Mas, ainda não, corpo e alma não se entendem, só isso... um quer ir, o outro não.
E eu?
Se ao menos soubesse quem sou, diria a você o que exatamente queria, ou não, não diria...
Talvez guardasse segredo, para que só eu soubesse o que sou... Ninguém mais saberia... e eu riria de todos... e sofreria.
N.Q.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desacompanhado

Imagem da Internet
...sim! acho que mesmo que a vida corresse naturalmente, ainda assim eu iria na contra mão, eu quereria, é por gosto mesmo, é muito sem graça ir com todos... Desci num outro ponto, meio despovoado. - Você gosta de melancia? Acho que ela não gosta, senão não me olhava com aquela cara de abacate, nossa é muito difícil começar um diálogo, acho que deveria começar pelo começo... o que há de errado? - Estive indo no mesmo ônibus que todos, aí desci. Não queria aquele destino. Acho que isso também não... Também acho isso tudo muito chato. Não me interessa mesmo saber se ela gosta de melancia ou se simplesmente não lhe atrai, eu mesma não gosto, acho muito sem sal, meio desprovida de sabor, é bonito gostar de Melancia, mas não gosto! ...nem se preocupou em virar para ouvir minhas observações, estava meio embebida com alguma coisa junto aos seus trapos, não estava esperando nenhum ônibus, nem se afligia com o tempo: não tinha relógio. Nem parecia tá preocupada com alguém em casa, ou nem tinha ninguém NEM casa... será que esse ônibus vai demorar?
N.Q.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

sem ser

Imagem da Internet
Pensando em ser algo,
quis nada ser...
nada pensar,
pra lugar nenhum fugir,
e nem sentir sentimento algum...

Neuma Queiroz

"uma palavra nunca vem só, mesmo a palavra solidão precisa de alguém que a sofra"
SARAMAGO, José. Levantado do chão. (1979)

Imagem da Internet
"e eu aqui, entalada entre hoje e o futuro, e sem esperança em nenhum dos dois"


SARAMAGO, José. A viagem do elefante. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desilusão

Imagem da Internet
ela não quis percebe-lo olhou para o lado oposto, além da ausência dele, dois meninos brincavam de bicicleta, outra sentada no chão, e uma folha caiu do alto...
e tudo isso em alguns sofridos segundos, e nada mais...
só ai ela percebeu que ainda estava parada, alí, ao lado da ausência dele, pensou em fingir ser algo natural, mas algo acontecia de dentro pra fora, passou a mão pelos cabelos, quis nunca ter existido, quando lembrou que Não estava usando o perfume que ele tanto gostava, esqueceu mesmo? como pode? Quis morrer, morrer!
E justo naquele dia que tudo pereceu tão normal... todos andavam como se nada estivesse acontecendo, como se a festa dentro dela estivesse tão silenciosa que só ela percebia...
e de repente deu medo que fosse meia noite, não, não agora, não ainda!!
E ele pálido como uma maça vermelha, não pareceu perceber as palpitações de sua alma, nem seus passos silenciosos, nem ao menos sua falta de ar!
Nada! nada além daquele outro lado, aquele mundo dele... colorido.
E aqui, no mundo dela, olhou, de novo, para os próprios pés, que ódio, a poeira do seu lado cinza os tinha deixado pardos. Saiu apressadamente lenta.
(...)
Não olhou pra trás, não quis ver o seu colorido, e de cima pra baixo foi, de novo, ficando cinza. E desejou nunca ter existido e saiu apressadamente lenta, e triste.

N.Q.